Experimentações e outras possibilidades de aprendizagem nas aulas de Geometria Espacial do Curso de Licenciatura em Matemática à distância da UFPEL
Resumen
Este trabalho descreve a experiência vivenciada pelos autores com a disciplina de Geometria Espacial no Curso de Licenciatura em Matemática a Distância - CLMD da Universidade Federal de Pelotas - UFPEL. Sensibilizados pelo alto índice de evasão, pelas dificuldades dos alunos em trabalhar conteúdos de Matemática Básica, pela falta de motivação e a dificuldade na leitura e interpretação dos problemas apresentados, os autores não abandonaram o formalismo da linguagem Matemática, mas optaram por apresentar aos alunos aulas dinâmicas onde os conteúdos eram trabalhados sempre inseridos nas atividades do cotidiano.
A dificuldade que o aluno apresenta ao trabalhar com Geometria Espacial de reconhecer as formas e visualizar aplicações dos conteúdos trabalhados, no ambiente onde se movimenta, mostra a inversão ocorrida ao longo da história da humanidade. Embora a Geometria tenha surgido como uma resposta natural aos problemas comuns dos povos antigos que envolviam medidas de terrenos e áreas, ela foi gradativamente sendo relegada a uma posição menos nobre do que a Álgebra que atualmente ocupa um papel de destaque no ensino da Matemática. Assim, muitas vezes nos Níveis Fundamental e Médio, não há tempo suficiente para a observação e reconhecimento das formas. Os conteúdos de Geometria são apresentados através de exposição das definições e problemas são trabalhados com emprego direto de fórmulas.
Nosso objetivo maior foi fazer com que os alunos resgatassem essa naturalidade ao tratar com a Geometria, tornando-se protagonistas do próprio aprendizado. A experiência foi extremamente positiva, pois os alunos passaram a participar, opinar, enviaram todos os trabalhos com muita assiduidade e tiveram um índice de aprovação bem melhor que nas disciplinas cursadas anteriormente. Por outro lado, a experiência de gravar aulas, pesquisar exaustivamente materiais e recursos a serem utilizados na disciplina mostrou que há muitos e bons materiais disponíveis na Internet, que podem ser considerados Objetos de Aprendizagem. Também observamos que uma das principais atividades a ser desempenhada pelos professores na atualidade é atentar para a existência de “artefatos tecnológicos” informais, postados em Redes Sociais, muitas vezes ignorados por professores e alunos. Esses repositórios tornam-se fontes de pesquisas e importantes para “desenhar” novos mapas de possibilidades para o ensino e a aprendizagem contemporânea